quarta-feira, 10 de junho de 2009

Um dia acordei menina

Num dia acordei com sono, acordei com vontade de continuar dormindo e nunca ter acordado. Levantei e em frente ao espelho me vi menina, olhar expressivo de querer saber, tamanho pequeno que esconde a maturidade. O que poderia ser? Não me preocupei em pensar, mas continuei admirando aquela face jovem...Comecei a arrumar minha cama e no meio de uma coberta aquele antigo ursinho sem nome fixo, cujo nome mudava a cada nova paixão. Paixão triste, de uma só pessoa, de nenhum romance, de nenhum conhecimento...Abri meu caderno de lições, reconheci minha velha ortografia, as figuras preto e branco e a letra da professora com aquela velha caneta vermelha. Tive curiosidade e retornei ao espelho, desta vez fiz perguntas a mim mesma mentalmente procurando respostas em forma de expressões, desisti, pois não havia resposta e nem perguntas. Fixei meu olhar no vidro de deo-colônia sobre a penteadeira, peguei o frasco e senti o perfume, mas o vidro escapou de minha mão... enquanto caía lentamente ...
Hoje acordei com sono, com vontade de continuar dormindo e nunca ter acordado. Levantei em frente ao espelho me vi eu, olhar triste de quem quer saber, mas tem medo de ouvir a resposta, tamanho grande que esconde a infantilidade. O que houve? Me preocupei, me entristeci, não quis mais ver minha face refletida.
Arrumei a cama e sobre a cama já feita acomodei meu velho ursinho, já desbotado, com muitos pontos de linha e que agora tem nome fixo de uma paixão que evoluiu para duas pessoas e da qual todos tem conhecimento. Na cebeceira da minha cama organizei meu caderno com letras trabalhadas, figuras coloridas e cujos erros apenas eu corrijo. Tive curiosidade e retornei ao espelho, queria fazer perguntas a mim mesma mentalmente, procurando respostas em forma de expressões. Tive medo, agora tinha perguntas, obteria respostas, mas fingi que nada sabia, protegi meus olhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário