sexta-feira, 26 de junho de 2009

Os sapatos

Todo dia pela manhã vou até a sacada e pego os meus sapatos que lá repousaram na noite anterior.
Mas, parei para pensar que no dia em que eu morrer e alguém, num dia qualquer, esbarrar nos meus sapatos ainda na sacada, meus sapatos terão um fim.
É, a vida não é só sapatos, ainda mais para quem não é dono dos mesmos.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

E da minha vida fez-se "clichê"

Quando estava no ginásio meu professor de redação me explicou o que era um clichê, precisávamos entender o que era para podermos evitá-lo...mas...
Foi hoje que o céu passou de azul para celeste, que o aroma das rosas sem aroma fez-se sentir...
Ouvi mais do que sinos, uma orquestra, em um simples encostar de lábios...
Foi hoje que me vi no lugar da "mocinha" que corre atrás do "mocinho" por um simples abraço de despedida...
Foi hoje, ahhh hoje...

A mancha

Era uma vez ...
Dois donos de toalhas brancas...elas eram límpidas, chegavam a serem reluzentes!!!
Os donos se preocupavam por mantê-las assim e eram vizinhos...
Um dia da esquerda derrubou vinho na toalha do da direita... mas, como este era muito compreensivo logo pensou: foi um acidente! Pegou sua toalha e pôs-se a esfregá-la com as mãos até ela ficar limpa...
O vizinho da direita sempre tomava todo o cuidado não só com a sua própria toalha, mas também com a de seu vizinho da esquerda...
Outro dia estavam conversando na casa do da direita quando o da esquerda derrubou chocolate quente na toalha... uhm outro acidente não é mesmo? E lá vai o dono compreensivo esfregar sua toalha...
E assim passaram-se anos, muitas esfregadas...molho de tomate, graxa, óleo, vinagre e outras tantas manchas na toalha do da direita....prováveis acidentes...
Aí um belo dia, depois de anos de convivência, da direita estava conversava com da esquerda e deixou seu copo de água cair sobre a toalha de seu vizinho:
-Que absurdo! Onde já se vira tamanha falta de consideração!
-Desculpe, mas é água, é só esperar secar! -disse da direita.
-Tenho tanto cuidado com suas coisas e olha o q vc me faz! -retrucou o da esquerda...

E da esquerda se mudou na semana seguinte...
é...as coisas são assim!!!

sábado, 20 de junho de 2009

Caixinha de preocupações...

Era uma vez uma menina que guardava suas preocupações numa caixinha,
um dia, percebeu que os outros pareciam mais felizes do que ela e se perguntou o porquê.
Passaram dias, meses...
Talvez...
É provável...
que a caixinha dela estivesse tão abarrotada de preocupações que não coubessem lá os bons momentos, uma reciclagem seria perfeita!!!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Situações indigestas

Antes eu achava que só a comida poderia ser indigesta...
me enganei,
tem dias, que as situações são tão ou mais difíceis de suportar
que até repenso em voltar a tomar leite...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Um dia acordei menina

Num dia acordei com sono, acordei com vontade de continuar dormindo e nunca ter acordado. Levantei e em frente ao espelho me vi menina, olhar expressivo de querer saber, tamanho pequeno que esconde a maturidade. O que poderia ser? Não me preocupei em pensar, mas continuei admirando aquela face jovem...Comecei a arrumar minha cama e no meio de uma coberta aquele antigo ursinho sem nome fixo, cujo nome mudava a cada nova paixão. Paixão triste, de uma só pessoa, de nenhum romance, de nenhum conhecimento...Abri meu caderno de lições, reconheci minha velha ortografia, as figuras preto e branco e a letra da professora com aquela velha caneta vermelha. Tive curiosidade e retornei ao espelho, desta vez fiz perguntas a mim mesma mentalmente procurando respostas em forma de expressões, desisti, pois não havia resposta e nem perguntas. Fixei meu olhar no vidro de deo-colônia sobre a penteadeira, peguei o frasco e senti o perfume, mas o vidro escapou de minha mão... enquanto caía lentamente ...
Hoje acordei com sono, com vontade de continuar dormindo e nunca ter acordado. Levantei em frente ao espelho me vi eu, olhar triste de quem quer saber, mas tem medo de ouvir a resposta, tamanho grande que esconde a infantilidade. O que houve? Me preocupei, me entristeci, não quis mais ver minha face refletida.
Arrumei a cama e sobre a cama já feita acomodei meu velho ursinho, já desbotado, com muitos pontos de linha e que agora tem nome fixo de uma paixão que evoluiu para duas pessoas e da qual todos tem conhecimento. Na cebeceira da minha cama organizei meu caderno com letras trabalhadas, figuras coloridas e cujos erros apenas eu corrijo. Tive curiosidade e retornei ao espelho, queria fazer perguntas a mim mesma mentalmente, procurando respostas em forma de expressões. Tive medo, agora tinha perguntas, obteria respostas, mas fingi que nada sabia, protegi meus olhos.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Jujubas vermelhas

São tantas coisas sem importância que me escravizam
Amores, tédio, consequências
Gritos mudos ecoam em minha mente

São algemas imaginárias, mas não inexistentes
é talvez esta prisão que me faça sentir maior felicidade quando separo jujubas vermelhas
talvez um bom motivo para sorrir,
Jujubas!?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Memórias para alguém

Hoje,
devo confessar que eu amo,
mas nem por amar alguém eu sou uma pessoa privilegiada,
totalmente feliz ou realizada,
amo sim, mas não é porque meus olhos sorriem em forma de lágrimas e minha face cora que meu coração se aquietou. Pelo contrário, novos temores, medos de fracassar, e incertezas substituíram outras...
outras tristezas...
Meu coração ainda tenta em meio a tantos rumores de felicidade, respirar aliviado...Sim, amo...
Não com a vida, não mais assim, porque este tipo de amor só causaria dor e não mereceria dono, não ainda...
É que é sufocante, essas incertezas, esses medos, as desilusões...
Mas amo...
E direi isto quantas vezes forem necessárias, não por medo, não por insegurança, mas sim porque a vida não é feita de dias, mas de instantes e se em algum desses instantes eu deixar de dizer que amo, é porque deixei de amar...

domingo, 7 de junho de 2009

Em Homenagem à Alguém que Amei

Assim, sem vê-lo. A madeira polida me impedia de ver seus olhos pela última vez, logo o levariam, logo...o solo será nosso muro de separação. Tão de repente já o terei longe de mim. Desarmada, só poderei relembrar tantas e tantas vezes até a memória falhar e os detalhes começarem a desaparecer e até que seu retrato desbote, deixando minhas ilusões no preto e branco. As músicas que ouvíamos aos poucos pararão de tocar no rádio e só persistirão aquelas que estão nos CDs ainda não riscados. As cartas que escrevemos, aos poucos envelhecerão, pálidas, frágeis e apagadas, tentando cada vez mais nos separar. É intristecedor saber que agora nossas alianças brilhem mais que seus olhos quando me olhava. Quem dera, que meus olhos fossem o teu sepulcro, para tê-lo em mim por toda a eternidade.Mesmo assim, te levam, mesmo sabendo pelo que irei passar. Se for para me deixar, deixe-me, mas leve este papel. O colocarei sobre teu coração que já não posso ouvir, saiba com ele pelo menos que por mais que as lembranças sumam, por mais que as fotos se percam, por mais que as lágrimas cessem, sempre existirá uma coisa: você e eu. Me encarrego de despejar o primeiro punhado de terra que nos separará. Enfim, te digo adeus por agora.